Reportagem no jornal O Dia, pode ser um aliado para incrementar as atividades do projeto
Copa do Mundo em sala de aula, confira a reportagem abaixo:
A Copa da África entra em campo nas salas de aula
Campeonato mundial de futebol leva alunos a estudar história, música e política
POR CRISTINE GERK
Campeonato mundial de futebol leva alunos a estudar história, música e política
POR CRISTINE GERK
Rio - A Copa do Mundo só começa dia 11, mas nas salas de aula o time dos pequenos fãs de Kaká e Robinho já estão com a bola cheia! Os jovens alunos nunca tiveram tanta vontade de estudar Geografia, História, Português e Matemática quanto agora, quando a competição virou tema das atividades. “A tia às vezes só passa um dever e pedimos mais. Minha mãe está até estranhando eu querer ir para a aula mais cedo!”, se diverte a pequena Sarah Raquel, 10 anos, aluna da Escola Municipal General Mitre, no Santo Cristo.
No colégio, os 430 alunos de 4 a 11 anos estão conhecendo tudo sobre o continente africano, que sediará as partidas. Eles aprenderam dialetos, hinos e bandeiras de cada país da África. “Aproveitamos o gancho da Copa para ensinar sobre escravidão, preconceito, grandes personagens da História africana. Agora, eles estão escrevendo sobre que sonhos do Martin Luther King de igualdade poderiam ser aplicados à vida deles, como entrar numa loja e não sofrer com olhares desconfiados”, explica a diretora adjunta da escola, Rachel Raemy Rangel.
Não falta criatividade na hora de envolver os alunos na aprendizagem. Os times de futebol do Rio servem de desculpa para estudar a geografia da cidade. Os grandes acontecimentos ligados à Copa viram pano de fundo para aprender o contexto histórico do Brasil na época. Datas de nascimento dos jogadores escalados são ‘desculpa’ para fazer contas.
“Eles estão aprendendo substantivos próprios com os nomes dos técnicos, perguntam sobre a criação do Maracanã, os ídolos de cada época, a diversidade cultural que observam nos times. Os deveres sempre voltam prontos”, comemora a professora Eliane Saturnino Soares, do 3º ano da escola.
Alunos que antes largavam a sala suja e esqueciam cadernos na mesa agora se empenham em decorar o espaço com bandeirinhas e cartazes, deixando tudo impecável. “Eu adoro estudar a Copa porque os outros assuntos são mais chatos. Futebol dá vontade de fazer redação”, admite Thamyres do Nascimento Silva, 8 anos. “Gosto de saber sobre a África. Lá tem muito bicho, né? Jacaré, passarinho, boi, vaca. Tem que ter cuidado que eles comem gente”, alerta, preocupado, Alex Martins de Oliveira, 9 anos.
Debate sobre globalização e diferenças
No Centro Interescolar Miécimo da Silva, em Campo Grande, a disputa esportiva é pretexto para estudar a globalização. “Se eu falasse que o trabalho era de globalização, iam achar chato. Mas a Copa em si é um exemplo do que é a globalização. Nem todos os países participam, sempre no fim as potências ganham, como o Brasil, que está se transformando em uma delas. Eles entendem que os EUA gostam de dominar; que a Coreia do Norte é polêmica; e qual a influência de um país no outro. A maioria nunca ouviu falar desses países. Além de mostrar para eles que o mundo é grande, quero dizer que, pela Internet e as comunicações, o mundo pode ser pequeno. Eles podem ver como os países são desiguais, assim como o Rio, e o que pode ser feito para mudar essa realidade”.
A discussão filosófica que a Copa incita gera curiosidade até entre os pequenos. Alex Martins de Oliveira, 9 anos, quer ser jogador de futebol em Portugal quando crescer para poder ganhar dinheiro. O amigo Davi Junior, 9, o repreende: “Não pode ser pelo dinheiro, não! Se for para ganhar dinheiro, vende água, que todo mundo quer comprar. Afinal, todo mundo tem sede!”.
Vocabulário novo de Inglês e Espanhol
No Colégio Estadual André Maurois, no Leblon, os 2.400 alunos entraram em campo para pesquisar a localização dos países participantes em mapas e livros. O vocabulário dos jogos incentiva a garotada nas aulas de Espanhol e Inglês. “Estamos passando filmes sobre a África e montando exposições artísticas”, conta a orientadora educacional Marília Herzer Gil. Vinicius Bastos, 16, gosta de estudar o mundo porque quer ser chefe de cozinha: “Penso em temperos, em pratos. Eu ainda quero viajar para conhecer esses lugares ao vivo”.
Nos dias de jogos do Brasil, o Centro Educacional 1, 2, 3 e Já, no Méier, não vai funcionar no período da tarde por motivos de segurança. Caio Gouveia, 8, já comemora: “Na escola, a gente não ia conseguir ver os jogos!”.
Doenças sexualmente transmissíveis na pauta
No Colégio Santa Mônica, na Taquara, a Copa do Mundo virou gancho para estudar doenças sexualmente transmissíveis. “Como a epidemia de Aids é grave na África, aproveitamos para fazer um alerta. Estudamos a visão histórica, as relações sociais e de poder nos países africanos e participantes da Copa. A garotada está fazendo painel e analisando matérias de jornais e revistas”, conta a professora Andrea Carla, de História.
O esporte ganhou um incentivo a mais. No Colégio de Aplicação da UFRJ, na Lagoa, os alunos estão treinando até no Flamengo para competição esportiva em que cada turma representa um país da Copa. “Os professores de música estão ensinando os ritmos de cada nação para eles fazerem apresentações”, descreve o professor Tiago Lisboa
(Texto retirado na integra do site do jornal o DIA - Reproduzido para fins pedágógicos)
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